segunda-feira, 20 de julho de 2009

Linha e dó

Essa bonequinha que de pano é feita e coberta de ouro e poesia encanta a criança, enfeita a prateleira, e mesmo jogada em cima da cama sorri com apreço, uma flor na cabeça, um lenço no peito. Um dia à janela olhava o jardim. Outra vez no armário coloria o espaço apertado. Prozeava com a menina, na areia encardia, sentia a magia do dia. Era frágil e tão forte, algumas vezes esquecida suportava a dor, outra que era mimada derretia sem pudor. Queria proteção mas nem sempre a tinha. Às vezes lhe vinham com agulha e linha e dó. Linda bonequinha, enroscava seu vestido, desmanchava seu cabelo, desfazia seu fascínio. Triste no abandono, solidão. Mas sorrisos sinceros, compaixão. Fazia a alegria sem querer nada em troca, em vão.

Um comentário:

  1. A bonequinha fica esquecida... ela quer somente um pouco de atenção... e quer mais nada, isso já é o bastante.
    Lindo seu poema, mais uma vez.
    Parabéns Carol

    Ass. Julio Carvalho

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